quinta-feira, 23 de junho de 2011

XANGÔ- SENHOR DA JUSTIÇA E DO FOGO


Na natureza, tudo que possase transformar, isso só acontece se tiver motivo justo, ou seja, é necessário que seja preciso se transformar pela justiça para que isso ocorrra. é a força do fogo, ou força dirigente da almae o movimento de vibração da energia oculta. é Xangô, o fogo na pedra e simultaneamente ond se busca rigidez, implacabilidade e estabilidade. Simbologicamente lei da causa e efeito ressaltando a luta e o esforço do homem, para sair das trevas e iluminar o ser interior.
Sua cor principal é marrom por ter grande expressão física, une matéria e poder além do amor e justiça, no espiritual indica devoção e resignação, por ser vigoroso revela constância na vibração.
Seu significado mágico se divide em :
XA- senhor dirigente
ÂNGO- fogo oculto
GÔ- raios trovões e alma, assim Xangô, senhor das almas, do fogo oculto, dos raios; podemos dizer que é a força da partida ao movimento de vibração. A força e o poder de nosso Pai Xangô, se divide em 7 falanges:
  • XANGÔ KAÔ- simbolizado pela pedra antigaonde se assenta a justiça, evidenciada na sabedoria e experiência coroada. Sua pedreira está assentada em um campo florido que recebe as obrigações para Oxalá, em geralas obrigações são em panos marrom escuro com bordas brancas, velas marrom, cerveja preta, charutos, lírios ou rosas brancas. Representado por São Jerônimo, e comemorado no dia 30 de setembro.
  • XANGÔ ALAFIM-ECHÊ- trabalham em pedras solitárias dos caminhos, servem de assentos para viajantes ou caçadores, muitos são convidados à meditar para encontrar soluções para os impasses da vida. as vibrações auxiliam juízes, oradores, intelectuais, defendem integralmente a pureza moral. Vibra nas cores branco e marrom, simbilizam a justiça de Oxalá, aceitam obrigações em pedras solitárias, velas marrom, charutos, cerveja preta e rosas brancas. Representado por São Tiago Maior, comemorado no dia 25 de julho.
  • XANGÔ ALUFAM- trabalham nas pedras de rios, mares, cachoeiras, lagos e fontes. É o protetor dos pescadores e por ter as chaves do céu, é o direcionador dos desencarnados. As cores branco e marrom, simbolizam água e pedra. Suas obrigações são entregues em pedras que fiquem em contato com a água. Pano marrom, vela marrom, charuto, cerveja preta e lírios. Sincretizado por São Pedro e homenageado no dia 29 de junho.
  • XANGÔ AGODÔ- caboclos que trabalham nas pedras que estam dentro dos rios, nas pedras iniciáticas e na pedra batismal. Marrom r branco também´são suas cores, suas oferendas são entregues nas pedras de rios, seu pano é branco com borda bem larga marrom, velas marrom, charutos, cerveja preta, rosas e lírios. Sincretizado por São João Batista e homenageado dia 24 de junho. 
  • XANGÔ AGANJU- trabalha nas pedras de cachoeiras, simbolizando a harmonia entre o amor e a justiça (Oxum e Xangô) que significa a dona-de-casa e o homem justo. Vibram nas cores marrom e branco, suas oferendas são entregues em pedras de cachoeiras, panos marrom com bordas brancas, velas marrom, charutos, cerveja preta, rosas e lírios. É sempre bom oferecer uma vela para Oxum, por ser a dona das águas doces. Representado por São José, comemorado no dia 19 de março.
  • XANGÔ ABOMI- caboclos que trabalham nas montanhas de pedras ou cadeias de montanhas. É chamado nas horas de aflição, quando se perde algo, e protegem o casamento. Como os outros vibram em branco e marrom. Suas oferendas são: pano marrom com bordas brancas, velas marrom, charuto, cerveja preta, rosas e lírios. Sendo que quando se pede a proteção para o casamento deve ser ofertada também uma vela azul claro para Iemanjá. Sincretizado por São Benedito ou Santo Antônio, homenageado nos dias 31 de março ou no dia 13 de junho
  • XANGÔ DJACUTÁ- Deus do trovão e Senhor dos raios, corisco e meteoritos. É a justiça que vem do alto, força solicitada na hora do desespero por injustiças provocadas por pessoas. Como as outras falanges usam cores marrom e branco. Suas entregas são as pedreiras, seu materiais deoferenda são os mesmos a diferença é que deve ser ofertada também uma vela branca, para o tempo. Sincretizado por São Paulo, recebe homenagem no dia 25 de janeiro.
Xangô, incorporado usa uma machadinha, pode existir uma variação como cocar de penas ou ainda uma argola de latão ou bronze em um dos braços.
As ervas de Xangô são: folhas de eucalipto, folhas de manga, folhas de goiaba, alecrim do campo, etc.
KAÔ KABICILÊ, PAI XANGÔ!
Saudação para todas as falanges de Xangô, significa "VENHAM SAUDAR O REI!", expressão nagô, é usada quando vem a terra segundo a lenda, Xangô foi um importante rei de Oyó, que governou de maneira justa, isso justifica hoje ser o rei do trono da justiça divina.
O  dia da semana mais indicado para se fazer as entregas de Xangô, são às quartas-feira.


sábado, 11 de junho de 2011

HINO DA UMBANDA

REFLETIU A LUZ DIVINA
COM TODO SEU ESPLENDOR
É DO REINO DE OXALÁ
ONDE HÁ PAZ E AMOR
LUZ QUE REFLETIU NA TERRA
LUZ QUE REFLETIU NO MAR
LUZ QUE VEM DO REINO DE ARUANDA
PARA TUDO ILUMINAR
A UMBANDA É PAZ E AMOR
É UM MUNDO CHEIO DE LUZ
É A FORÇA QUE NOS DÁ VIDA
E A GRANDEZA NOS CONDUZ
AVANTE FILHOS DE FÉ
COMO A NOSSA LEI NÃO HÁ
LEVANDO AO MUNDO INTEIRO
 A BANDEIRA DE OXALÁ
LEVANDO AO MUNDO INTEIRO
 A BANDEIRA DE OXALÁ

Mensagem de Seu Zé

O caminho sobre pedras é áspero. Assim como as almas que se deixaram secar pela desesperança e a amargura.
As pedras do caminho nos levam à atenção e à concentração do pensamento, para evitar que os nossos pés sejam, de novo, feridos no atrito. Assim como as almas que aprendem a persistir no Bem, tendo-o como um compromisso consigo mesmas e ainda que não sejam compreendidas e correspondidas.
Caminhar no Bem nem sempre evita as pedras do caminho. Porque muitos trilham o mesmo caminho, com diferentes visões e objetivos.

Visões e objetivos representam escolhas. E cada um de nós é livre para escolher.
Escolher implica em assumir consequências. E as consequências chegam sempre àqueles que precisam ser atingidos, pois a Vida não erra o alvo.
Somos arqueiro e alvo. Lançamos a flecha da nossa vontade, e as energias da meta que traçamos sempre nos encontrarão de volta.

Essa volta pode tecer um saco cheio de pedras. Semelhante ao peso das almas que colecionam tristezas, derrotas, traições e desânimo.
Mas a volta pode ser também o começo de alguma construção, com as muitas pedras encontradas no caminho. Semelhante à sabedoria das almas que, testadas pela maldade e pela ingratidão, cercam-se da plena convicção no Bem e perseveram.
A perseverança no Bem é resultado da compreensão do nosso primeiro e maior compromisso: não estamos aqui para consertar o mundo e nem a ninguém. Tudo o que pensarmos e fizermos no Bem e pelo Bem refletirá em nós mesmos, em nosso crescimento.

Ao firmar a convicção de crescer, ampliamos os nossos horizontes e ao mesmo tempo nos transformamos em irradiadores do Bem.
Irradiando o Bem, a flecha da nossa vontade voltará para nós ainda mais carregada pelo Bem.
Carregando-nos das energias do Bem, estaremos criando à nossa volta um halo de proteção contra ?a maldade dos maldosos?. O Bem é a Luz Divina dissipando todas as sombras.
Envolvidos pelo halo do Bem, não precisaremos de espadas, lanças e de nenhuma arma de guerra.
Depondo as armas, seremos totalmente abraçados pelo Bem Maior, que é Deus.

Nos Braços de Deus, compreenderemos que somos todos Seus filhos, não importando o tamanho da nossa compreensão das coisas. Cada um vive e se alimenta das energias que gera no coração.
Iluminados por essa compreensão, teremos a certeza de que amar vale a pena, que viver vale a pena, que persistir nesses ideais vale a pena.
A terra recebe todas as sementes; e as devolve em frutos e flores, para o bom semeador, que não descuidou de adubar e regar sua plantação.

Não importa o que aconteça ?no canteiro dos outros?. Só podemos ajudá-los com o bom exemplo. E não podemos descuidar do que nos cabe fazer, com a desculpa de que ?os outros? não estão fazendo a parte que lhes cabe.
Existe muita terra. Há terra para todos. Um semeador não tem o poder de interferir no trabalho do outro: a Lei e a Justiça Divinas não o permitem.
Tenhamos atenção na direção e no ímpeto com que lançamos a flecha da nossa vontade, é o que nos cabe. Porque, de forma inexorável, aquela flecha voltará para nós, pela atuação da Lei e do Tempo: ?a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória?.* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --* --*----* --* --* --* --* --* --*---* --* --*



Marco Antonio Teruya

sexta-feira, 10 de junho de 2011

PARA QUE SERVE A PEMBA?

Instrumento usado tanto para riscar pontos, como para estabelecer contatos vibracionais com as energias cósmicas. Seu uso estabelece uma correlação e identidade entre os mundos da forma e espiritual. A base mística esta relacionada à pedra, o conceito primitivo, é que vinha do céu, trazia o fogo através do ar e da terra o contato com a água pura em processo de purificação da entranhas. Por encerrar os quatro elementos naturais em suas manifestações, a pedra assume o aspecto neutro. Devido a essa neutralidade significa lei e justiça.
A pemba não é tão dura como a pedra e nem tão mole como a água. Originalmente era feita de uma espécie de caulim trazido da África, mas devido a dificuldades de importação, passou a ser feita com tabatinga, um calcário brasileiro, e tingido de acordo com a cor desejada. Pelo fogo, manipula energias psíquicas do ser humano; pela água, ela lava e limpa os resíduos da aura; pelo ar, transporta os resíduos para seus locais de origem e purifica e dinamiza as energias manipuladas no ato mágico; e pela terra transformas as energias residuais em puras, através de filtros, para que possam retornar aos campos, prontas para equilibrarem o ser ou a magia. A pemba é considerada, altamente poderosa nos rituais de umbanda. Seu poder é tão grande que é o único elemento que pode tocar a cabeça do médium ou das pessoas que procuram ajuda. Dessa forma, podem ser usadas em banhos de descarrego, inclusive na lavagem de cabeça.

SANTA SARA KALI, HISTÓRIA E MISTÉRIOS

A lenda, conta que Maria Madalena, Maria Jacob, Maria Salomé, Trofino e José de Arimatéia, junto com a escrava cigana Sara, foram atirados em uma barca sem remos e sem provisões, ao mar.
As três Maria, puseram-se a orar e chorar. Sara com uma serenidade incomum, tira seu lenço da cabeça*¹, e chama por Jesus Cristo*² e promete que se todos se salvarem ela andaria com a cabeça sempre coberta por lenços, em respeito.
A barca, até então sem rumos, enfrentando todas as intempéries, atravessa o oceano e aporta com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias. Por ser cigana, ela se tornou a Padroeira Universal do Povo do Vento, e é venerada até hoje, e geralmente nos dias 24 e 25 de maio. Segundo alguns estudiosos talvez venham daí a tradição de ciganas casadas usarem lenços em sinal de respeito a seus maridos. Santa Sara Kali, é cultuada entre as mulheres que tenham dificuldade para engravidar. Muitas que não conseguiam, fazem promessas a Santa, oferecendo lenços a padroeira.  Para o povo cigano, casal que se une é para gerar filhos e não extinguir a tribo, quando o casal não consegue ter filhos, a própria família se encarrega de separá-los, para que possam se unir a outros parceiros e tentar a construção da família. Filho é tido como sinônimo de sorte quanto mais filhos a mulher tiver melhor será, mais dotada de sorte ela será, tal fato justifica terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.

 
OFERENDA
Forre uma mesinha, como uma toalha florida ou da cor de sua preferência, (menos preta), coloque a imagem de Santa Sara (caso a tenha), coloque num vaso rosa brancas, amarelas e rosa, um prato dourado de papelão contendo três maçãs vermelha, um cacho de uva rose e um da verde, seis flores de trigo, acenda um incenso de rosas, três velas azuis formando um triângulo com o prato ao meio, borrife essência de rosas e ofereça a Santa Sara, fazendo a oração acima e os seus pedidos. Se quiser ou tiver curiosidade sobre magia, cores de lenços, etc, acessem o site abaixo:


 Oração da Santa Sara Kali
Acenda uma vela azul-clara, quando fizer a oração.
Santa Sara, pelas forças das águas
Santa Sara, com seus mistérios, possa estar sempre ao meu lado,
Pela força da natureza.
Nós, filhos dos ventos, das estrelas e da lua cheia, pedimos que esteja sempre ao nosso lado; pela figa, pela estrela de cinco pontas; pelos cristais que hão de brilhar sempre em nossas vidas. E que os inimigos nunca nos enxerguem, como a noite escura, sem estrelas e sem luar. A Tsara (casa) é o descanso do dia-a-dia, a Tsara é nossa tenda.
Santa Sara me abençoe; Santa Sara me acompanhe. Santa Sara, ilumine minha Tsara, para que todos batam a minha porta, eu tenha sempre palavra de amor e caminho.
Santa Sara que eu nunca seja uma pessoa orgulhosa, que seja sempre a mesma pessoa humilde! Optchá, que assim seja!  


NOTAS DE ESCLARECIMENTO:
*¹ lenço de cabeça, é chamado no idioma romanês, de DIKLÔ
*² Jesus Cristo, pelos ciganos também é conhecido por KRISTESKO.

A HISTÓRIA DO CIGANO PABLO


Talvez seja um dos ciganos mais famosos, e com sua história muito pouco divulgada.
Pablo viveu há muito tempo atrás, chefiava uma tribo que acampava muito em Andaluzia, e como as tradições passavam de geração para geração, os pais ensinavam aos filhos tudo que era necessário, tanto para comandar como para viver. No entanto, Pablo, apesar de ser líder, não gostava muito de tomar decisões sem consultar os mais velhos da tribo, são pessoas mais sábias sobre a face da terra.
Quando nasceu fora prometido a uma cigana da mesma tribo, crescidos juntos aprenderam um a gostar do outro, nesse tempo todo aprendeu com os mais velhos todas as magias e truques ciganas, se tornando grande conhecedor das magias e da sabedoria dos antigos. Ao completar 15 anos, se casaram e juntos passaram a liderar a tribo.  
Tiveram três filhos machos. Todos já foram prometidos, seguindo a tradição. Trabalhavam arduamente em prol de todo o clã.
Os filhos crescendo, apareceram os problemas, o primogênito, que pelos costumes caberia chefiar a tribo, resolveu se rebelar, não aceitando o acordo de casamento feito entre as famílias, o que causou conflitos, e como se não bastasse, o mesmo resolveu se engraçar com outras moças, para desagrado de todos que já estavam prometidos para tais moças, e tal motivo, para tristeza de Pablo, que sabia que isso levaria o filho a um duelo de honra, e o pai sabia de antemão que o duelo não acabaria bem, pois seu filho também se recusara a aprender a arte de duelar, e estava despreparado para o duelo.
Pablo se viu em a cruz e a espada, pois de um lado tinha as leis que jamais teriam sido quebradas e de outro a vida de seu primogênito. Tal dúvida, fez consultar os antigos, para o povo cigano, os mais velhos têm sabedoria, e no caso poderiam ajudá-lo a tomar a decisão e buscar consolo.  Os velhos sabendo o amor nutrido pelo filho mostraram uma alternativa pouco ortodoxa de poupá-lo a vida e como Pablo, era bom lutador. Tinha conhecimento da magia do duelo, sabia também que não deveria vencer o jovem desafiador. Assim, Pablo assumiu o lugar de meu filho e deveria morrer em seu lugar. E foi o que fez, desencarnou nas mãos de um jovem irado pela desonra de sua prometida. Deixando uma mulher jovem e três filhos rezando para  que Santa Sara protegesse a todos. Por todo o tempo que lhe foi permitido Pablo cuidou de sua tribo e família no plano espiritual, ficou ao lado de todos que tentavam colocar algum juízo na cabeça de seu filho, sempre todos esperando que depois de todo o ocorrido, ele aceitasse o seu destino, mas isso não o aconteceu continuava a buscar o que nem ele próprio sabia o que era, e nisso o primogênito arrastou o segundo filho também par o mau caminho. Como ainda era permitido a Pablo ficar aqui amparando espiritualmente a família, e isso fez mudar o rumo dos ideais do pai zeloso. Já que não conseguia influenciar o primeiro, viu-se obrigado a influenciar o segundo e para sua surpresa, viu que seria bem mais fácil, pois esse já tinha o dom natural de liderar, ele trazia de berço os traços, da chefia, e tudo que fora passado de geração para geração, ele se mostrarão mais sábio, e passou a abrir olhos do primogênito, e isso acabou o trazendo para o seio da família e mais tarde para o da tribo, até que retornasse de vez. Ocorrido isso, o primogênito assumindo o lugar do segundo na linha de sucessão e do pai. Pablo só ai pode seguir seu caminho no astral e algum tempo depois se reencontrar como sua eterna amada, e voltarem a montar sua tribo no astral.

OPTCHÁ! LARIBA! CIGANOS!


Linha muito antiga na Umbanda, trabalhando junto com a linha oriental, dando a prioridade para a ordem natural, dentro  da tendências e especialidades.
Numerosas correntes, trabalham no mundo espiritual, isso se explica, pelo fato dos mais evoluídos e antigos de aprendizado, serem os líderes de correntes, e repetirem tanto os nomes. O povo designado ao encarne, conquistou lugar razoável importância no espaço. Quanto maior o número de graças maior e melhor a evolução, reinam em planos de luz e positividade, por isso não trabalharam para o mau, e dentro de seus merecimentos trazem o bem, vale lembrar que são espíritos de humanos e muitas vezes não se diferem de nós mortais. Trabalham na vibração da direita, isso nos leva a não confundi-los com os guardiões e guardiãs (pombas-gira e exus), mesmo os tendo como guardiões0, os ciganos em geral usam nomes próprios, ex: Pablo, Rafaela, Esmeralda, Ivo, Vitor, Zaíra, Wladimir e tantos outros.
Existe uma grande carência do assunto, tal fato nos leva à cultuá-los e respeitá-los  cada vez mais.
É importante que se esclareça que a vinculação vibratória de axé dos espíritos ciganos, tem relação com as cores do culto e também com os incensos. Cada cigano tem uma cor vibracional no plano espiritual e outra de identificação é usada para velas à seu louvor, bem como suas roupas. Já os incensos são usados de acordo com o que se quer obter.
Apesar de em muitas casas o altar separado o que não quer dizer que não se possa cultuá-lo no altar normal. Os espíritos ciganos muito de festas todas devem ter muitas frutas, mas não devem ter espinhos. As jarras cheias de vinho tinto com pouco de mel. Fatias de pão, com molhos de tomate, sal e outros condimentos levados no forno. Com muitas flores, rosas, velas de todas cores e incensos, preferivelmente, de lótus.
As ciganas de saias coloridas e usam espelhos, punhal, dados, baralhos, cristais, dança e música. Os ciganos trabalham com encantamentos e magias, olham dentro das pessoas e dos olhos. Ambos usam em suas magias moedas e medalhas são instrumentos sempre usados.
Nos trabalhos e oferendas, usam moedas ciganas, fitas de todas as cores, folhas de sândalo, punhal, raiz de violeta, cristal, lenços coloridos, folhas de tabaco, tacho de cobre e/ ou  alumínio, cestas de vime, pedras coloridas, areia de rio, vinho, perfumes e escolhem datas certas de acordo com as fases da Lua.

Do que é feita nossa Umbanda

Poderia aqui falar de pessoas que buscam uma forma de ajudar ao próximo. Sim, também, na realidade. Mas isso só não basta, na prática da
caridade é necessário ter vínculos maiores e afinidades inexplicáveis. Primeiramente, para fazermos parte dessas ou daquela casa, precisamos ter atributos que coincidam com as necessidades do Babalaô (Pai da Casa). Cada médium tem um poder (intuição, vidência, audição e possessão, esse se subdivide em transporte e corrente). Vale lembrar que é preferível ter uma casa com poucos filhos, porém esses com responsabilidade, potência, firmeza e comprometimento, do que ter muitos filhos e faltar tudo principalmente união entre os filhos. O adjá (sineta), é usada para trazer concentração e silêncio, principalmente quando estamos em desenvolvimento. As guias (colares) devem ser feitas pelo Babalaô, ou pelo próprio filho, ou por um filho designado pelo Pai da Casa. A força dessa ferramenta esta em mostrar a entidade à sujeição do cavalo, aos guias. Elas podem ser de miçanga, contas de cristal ou cerâmica, sementes, coquinhos rosário e outros materiais. Os atabaques para os leigos, não passa de folclore, para nós umbandistas e médiuns é o chamamento de nossas entidades, por isso é que o ritmo pode variar de acordo com cada linha, é o estímulo vital do médium para poder incorporar perfeitamente.

A história da escrava Anastácia

 Simão e Eleutéria, negros bantos, foram trazidos para o Brasil, e levados para o Engenho Massapé, na Bahia. Onde Eleutéria ficou grávida, apesar da saúde frágil, continuou trabalhando no engenho. Certa vez, Eleutéria descansava junto à moenda de cana, quando sentiu dores, seriam as do parto? Simão percebeu que sua velha não se sentia bem, aproximou-se e encostou a mão no ventre da mãe, as dores foram se acalmando, até que ela adormeceu. Simão ficou em vigília, quando ouviu o choro de uma criança, assustado, levantou a cabeça e olhou ao redor, não tinha nenhuma criança. Eleutéria continuava em profundo sono. Vendo que não havia nenhuma criança, aceitou a idéia, que o choro vinha do ventre da esposa. Sinal de que a criança era sinal de Deus.
Nasceu em uma bela noite de luar, lua nova de março, parecia uma princesa, logo que nasceu Anastácia, chamava a atenção de todos, fato extraordinário, às pessoas de formação mística e idéias primitivas.
No entanto, aos poucos a novidade caiu no esquecimento, e Anastácia foi criada ali, onde nasceu junto e como todos os demais escravos.
Aos 12 anos, já trabalhava na casa grande, seu pai adoeceu de tuberculose, e foi levado para o curral, longe até dos animais. Por falta de cuidados, o estado de Simão piorara, e Anastácia, em uma noite foi ver o pai. O encontrou tossindo muito e com fortes dores do peito. Em um gesto, a menina postou as mãos sobre o peito de pai, e imediatamente a tosse sessou e as dores também melhoraram.
Sua mãe crendo, encontrar o marido morto, entrou no curral rezando um terço, se surpreendeu, ao ver a filha, e o marido balbuciando algumas poucas palavras. E as duas passaram a rezar o terço em voz alta juntas, quando a mãe perguntou a filha, que iria acontecer com o pai, e a menina prontamente respondeu:
“- PARA MORRER NÃO PRECISA SOFRIMENTO, MÃE LOTÉRIA.” Surpresa, a mãe continuo a reza, quando Simão olha pra a filha e morre.
Inconformada com os castigos e privações de seus irmãos de senzala.Anastácia pegava as chaves, escondia palmatórias, chibatas, e se usava de outros artifícios que ajudavam os irmãos a escapar da chibata e tronco, entre outros castigos impostos. Certa vez condoída, com a pena imposta a um casal de escravos, que levados para uma choupana no meio da mata e amarrados, sem ter direito a comida ou água, vigiados por capangas armados, Anastácia rouba rapadura e é pega, e levada para o tronco, lá torturada até dizer por que roubara, e ela disse que roubou para matar a fome de seus irmãos negros. Durante as fugas e rebeliões, muitos eram feridos e se machucavam, e a milagreira de mãos calejadas, proferia a cura. Tal fato incomodou a sinhá Olina, dona do engenho. A fama de curandeira se espalhava e Escolástica (irmã de Leocádio, dono da fazenda) foi conferir de perto. Na volta à Casa Grande, Escolástica foi indagada por Sinhá Olina, sobre as verdades a respeito da negra, e tudo foi confirmado. Intrigada, a especulação continuava, por ter percebido uma proteção de Leocádio à Anastácia. E continuara a indagar sobre a escrava para os demais escravos e suas benfeitorias. A gota d’água foi quando Anastácia impediu o chicoteamento de um escravo. Anastácia foi presa em grilhões nos tornozelos, chicoteada, e colocado um colar de ferro no pescoço e uma mordaça. A ausência da negra de olhos azuis foi sentida pelos irmãos de senzala, que paralisaram todo o serviço do engenho. Depois do protesto de todos, e por não saber o acontecido, Leocádio interrogou, Olina e Rufino (feitor da fazenda). Queria saber quem autorizara tamanho castigo, a verdade só veio à tona quando Sinhá Olina fora entregue pelo feitor. Leocádio foi ao curral e mandou retirar as correntes dos pés e pescoço, e ele próprio tirou a mordaça. Evocando por Nossa Senhora do Rosário e São Jorge, Anastácia pede água com a voz rouca e fraca. Vendo o estado curandeira totalmente debilitado. Leocádio resolve transferi-la pra o Rio de Janeiro, onde iniciara um tratamento, da gangrena no pescoço e demais feridas. Após 13 dias de iniciado o tratamento, e melhoras e pioras. Anastácia aos 23 anos, deixa sua história e força àqueles que lutam contra injustiças e injúrias. Sendo enterrada na Igreja dos Negros Porros, na mesma hora em que Leocádio assinava sua carta de alforria.

 ORAÇÃO DA ESCRAVA ANASTÁCIA PRA ABRIR CAMINHOS
Ó virgem santa negra Anastácia
Vós que tendes nas mãos o poder
Dos milagres, do bem e da caridade
Abri meus caminhos, iluminai meus passos
Por onde quer que eu ande e me encontre
Afastai os empecilhos
Livrai-me dos inimigos declarados e ocultos
Santa negra Anastácia, Princesa do Cativeiro
Dai-nos forças para sermos iguais a vós
Dando-nos a resignação, paciência e brandura
Pondo também em nosso coração a fé que tanto precisamos
Para que nossos caminhos estejam livres dos males.
Assim seja
(Rezar 1 Pai-Nosso, 1 Ave-Maria, 1 Salve-Rainha).


Vôs e vós na Umbanda


Quem são na verdade?
Surgiram na época da escravidão, Pretos Velhos, linha brasileira da Umbanda, muitos poucos negros eram escravizados já velhos, e outros tantos trazidos para nossa terra, já adultos, e morreram aqui no Brasil.
As crianças quando nasciam eram batizadas duas vezes, na Umbanda, onde recebiam nomes de acordo com a região, e noutro batizado, em pia batismal, recebiam o nome de seus donos (ex. Antônio) e como sobrenome, o codinome da região ou da fazenda em que viviam (ex: Antônio da Guiné). Aí quando morriam, incorporavam em lugares adequados, com sinais característicos das tribos a que pertenciam.
Além, da linha ser brasileira, os Pretos Velhos, na Umbanda são tratados merecidamente como Semi-Orixás, nossos protetores. Já em algumas correntes do Candomblé, eles são tratados como eguns, por serem espíritos desencarnados. Apesar de nem todo Preto Velho, ser preto ou velho, eles nos vêem com essa aparência, são espíritos elevadíssimos, seu campo de ação é vastíssimo, atuam nas 7 linhas da Umbanda, trabalhando na evolução do ser nos 7 sentidos da vida. Na sua manifestação despertam paz, esperança, perseverança e tranqüilidade. Com sabedoria trazem sempre uma palavra de consolo.
Esse o motivo que para nós umbandistas, sejam uma das linhas mais queridas e muito reverenciadas. Os avôs, vós, tias, tios e pais, usam guias, rosários, lenços, cachimbos, cigarros de palha, bengalas ou cajados e muitos usam banquinhos em seus atendimentos. Suas guias são brancas e pretas, brancas por serem por serem almas e todas as almas terem luz e são representados pelo branco e preto, porque quando morrem as almas ficam nas trevas, no decorrer do tempo e com preces, passam a ter luz. Há quem explique suas guias serem branco e preto, por causa das roupas que usavam na época da escravidão. A guia de rosário (Lágrima de Nossa Senhora) era usada por serem contas facilmente encontradas.
PRETO VELHO- linha das almas
GUIAS- branco e preto; rosário; muitas trazem cruzes, figas e olho de cabra.
ROUPAS- branco preto e/ou carijó. As vós usam lenços e/ou batas; os avôs usam chapéu de palha.
BEBIDAS- vinho tinto ou moscatel, café, cachaça com mel.
FUMO- cigarro de palha e cachimbo.
COMIDAS- tutu de feijão, arroz doce, canjica, mingau das almas¹, bolinho da tapoca², bolo de fubá e em dias de festa, feijoada.
¹=mingau das almas, feito com maizena sem açúcar ou sal, com leite de vaca (ou de coco), colocado em uma tigela branca. Coloca-se uma cruz, feita de fita preta em cima é entregue na natureza.
²=bolinho de tapioca, coloca-se a tapioca de molho em água fervente (ou leite de coco quente) até inchar. Quando inchado, enrole os bolinhos, passe-os no trigo e asse em grelha. Coloque os bolinhos em prato branco. Por cima coloque arruda ou rapadura, ou fumo de corda.
Como existem muitas histórias sobre os Pretos Velhos, contaremos ao longo de nossos posts.

Ogum, ogunhê!!!

Senhor da guerra, defende a lei e ordem.
Instrumentos: espada, alavanca, faca, pá, tudo que for de metal, ferro ou aço
Dia: 23 de abril, dia de São Jorge, e seu dia da semana é terça-feira
Cor: vermelho e azul escuro
Bebida: cerveja branca
     Ogum foi casado com Iansã, que fugiu com Xangô. Também foi casado com Oxum, que o deixou para se casar com Oxossi. Sendo irmão de Exu, os dois juntos trabalham abrindo caminhos, Os filhos de Ogum, são determinados, líderes natos, enfrentam tudo, são práticos e inquietos, não falam por trás, não gostam de traição, dissimulação e injustiça com os mais fracos. São francos.

Médiuns sabem se preparar para trabalhos e giras?

Alguns sim, mas grande maioria não, em dias de trabalho, não se deve ter discussões, evitarmos comer carnes vermelhas e embutidas. Para se estar limpo, é necessário se abster de sexo no dia do trabalho, e também recomendam às mulheres que estiverem menstruadas, dentre os três primeiros dias do ciclo, comuniquem aos superiores.
     Em dias de gira, devemos usar roupas íntimas claras (branca, rosa, bege ou amarelinho),  no que diz respeito a roupas de trabalho, as mulheres: devem usar camiseta ou bata, calça (tipo: legging) e saia rodada (de algodão) branca de
preferência; os homens camiseta e calça branca, em giras de esquerda é permitido se usar roupas pretas ou vermelhas, porém sempre devemos ter a permissão do Pai da Casa. Os médiuns que quiserem podem também usar a pano-da-costa, que tem como uso proteger quem vai segurar o médium quando desincorporar fica também livre o uso de uma toalha de mão branca, muitos médiuns quando está na gira transpiram muito isso acaba irritando muitas entidades e até mesmo o médium, por isso que se observarmos, a gira num todo veremos muitas vezes, os cambonos, secando o rosto de alguns médiuns. Para a assistência pedimos para usarem roupas mais discretas e de preferência claras, muitos decotes e acessórios podem a trabalhar em caso de se ter que fazer algum tipo de descarrego no consulente. Em casos de o consulente ir com roupas decotadas ou camiseta preta em giras de direita, usamos o guarda-pó para evitar que a energia se perca.      Muitas casas têm como norma, orientar os filhos a tomarem banho de descarrego ou de defesa antes do trabalho, esse banho geralmente se usam 3, 5 ou 7 ervas, onde se ferve água, coloca-se as ervas, abafa, tomamos o banho de higiene normal, só depois jogamos o líquido, do pescoço para baixo, as ervas usadas devem ser jogadas fora. Para se enxugar, não devemos esfregar a toalha, somente apertar ela contra o corpo, para tirar o excesso de água. Vestimos-nos normalmente, e vamos para o terreiro, e só lá devemos colocar nossa roupa branca, para não levarmos da rua carga para a gira. Isso também se aplica a nossas guias, que devem preferencialmente permanecer na casa. Já que falamos em energia, muitas vezes somos levados a um terreiro por que algum amigo nos diz, você está carregado, e precisa de um trabalho, isso num deixa de ser um chamamento para seguirmos a religião,  isso é praticar a fé, e a caridade. É assim que muito de nós, nos tornamos umbandistas, por termos essa missão. De sermos veículos para praticarmos a Nossa Umbanda.    

Médium sabe se preparar para os trabalhos e giras?

Abertura

Começamos aqui, com as idéias de informar fatos e histórias, da Nossa Rica e Sagrada UMBANDA. Contar como e porque nossos irmãos de fé chegaram até aqui, e o que nos leva a seguir a religião da Fé, Caridade e Amor.
Iremos contar com toda nossa comunidade, aqueles que freqüentam e trabalham em nossa casa, vamos trazer histórias dos Orixás e Entidades, receitas, artigos sobre o ritual, crônicas, perguntas e respostas, calendário de nossos trabalhos, e tudo que for ligado a Umbanda.